Post: Brasil é alvo constante de vírus, segundo relatório

Pode-se dizer que a segurança digital no Brasil está engatinhando se comparado a outros países.

21/11/2024 09h00

O relatório verificou que os dispositivos  mais atacados da "Internet das Coisas" são câmeras de segurança e gravadores digitais. (Ilustração: FreePik)

Nesta segunda (17), o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Segurança do Brasil (CERT.br) publicou um relatório sobre os motivos dos principais ataques no Brasil no ano de 2016. A conclusão é que o país constantemente sofre ataques por vírus na "Internet das Coisas" (IoC). 

Segundo o site TechTudo:

A “Internet das Coisas” se refere a uma revolução tecnológica que tem como objetivo conectar os itens usados do dia a dia à rede mundial de computadores. Cada vez mais surgem eletrodomésticos, meios de transporte e até mesmo tênis, roupas e maçanetas conectadas à Internet e a outros dispositivos, como computadores e smartphones. 

No caso do Brasil, o relatório verificou que os dispositivos IoC mais atacados são câmeras de segurança e gravadores digitais das próprias câmeras.

De acordo com o analista de segurança do G1, Altieres Rohr, o relatório do CERT.br confere com os dados de outros órgãos e empresas de segurança. Ele explica que é muito fácil qualquer hacker invadir rede cuja senha esteja em configuração de fábrica. Coisas pequenas e até "ridículas", segundo Rohr, como o sistema operacional desatualizado, comprometem a privacidade do usuário, tornando-o alvo fácil para criminosos.

Por exemplo, o site russo InseCam é um diretório de câmeras de segurança. Ele tem acesso aos dispositivos via usuário e senha de fábrica, algo muito fácil de descobrir fazendo uma rápida pesquisa. Imagens, ao vivo, estão disponíveis para qualquer pessoa no mundo. Segundo o site, a "missão" é chamar atenção dos usuários às frageis configurações desse tipo de dispositivo. O governo britânico tentou derrubar a página, mas sem sucesso.

Pode-se dizer que a segurança digital no Brasil está engatinhando se comparado a outros países. Rohr comenta a necessidade de ter infraestrutura de qualidade, no entanto, que isto pode pesar no bolso. A tecnologia no Brasil ainda é cara pois é importada. O usuário muitas vezes prefere um equipamento antigo, cuja atualização foi descontinuada, do que um novo e seguro cujo preço é exorbitante. Consequentemente, essa defasagem permite que o Brasil permaneça entre as potenciais vítimas de vírus como o Mirai.

Em 2016, o virus Mirai foi responsável por atingir um importante provedor de internet dos Estados Unidos, o Dyn, a ameaça derrubou sites como Twitter, CNN e Netflix. Segundo o G1, o Mirai atacou qualquer sistema cuja administração era feita por telnet (um antigo protocolo de comunicação) e que estivesse com senha fraca. E os dispositivos que encaixam-se como potenciais vítimas são câmeras e, principalmente, gravadores digitais. Equipamentos comuns que a maioria das pessoas sequer tem ideia que podem "pegar vírus".